6 bilhões de Outros

Videoexposição de Yann Arthus-Bertrand e
da Fundação GoodPlanet

Um projeto dirigido por Sibylle d’Orgeval e Baptiste Rouget-Luchaire

Após 10 anos de voos pelo planeta para produzir A Terra Vista do Céu, Yann Arthus-Bertrand lançou, em 2003, o projeto 6 bilhões de Outros, com Sibylle d’Orgeval e Baptiste Rouget-Luchaire. 5.600 entrevistas foram gravadas em vídeo em 78 países por repórteres que viajaram pelo mundo para encontrar os Outros. Do pescador brasileiro ao advogado australiano, do artista alemão ao agricultor afegão, todos responderam às mesmas 40 questões: “O que você aprendeu com os seus pais? O que você tem vontade de transmitir a seus filhos? Quais os desafios que você enfrentou? O que é o amor para você?”

6 bilhões de Outros se instalou em São Paulo, no MASP, de 19 de abril a 10 de julho de 2011. Os visitantes puderam assistir aos 20 filmes do projeto, ao making of das filmagens em diferentes países e responder às mesmas 40 questões pelo site www.6bilhoesdeoutros.org, usando um dos computadores disponíveis.

Na ocasião da exposição em São Paulo, os diretores Kika Nicolela e Lucas Bambozzi realizaram o filme Somos São Paulo especialmente para o projeto 6 bilhões de Outros. O filme aborda um dos aspectos mais desafiadores dessa metrópole: a questão da mobilidade humana, ou seja, da imigração e da migração e junto aos outros filmes da mostra, nos convida a refletir sobre nossa diversidade humana e cultural.

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MAPA DA EXPOSIÇÃO

MASP

O Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand, ou MASP, está localizado na Avenida Paulista, em frente ao parque Trianon, na cidade de São Paulo. O museu é famoso por ter ousado na arquitetura brutalista, o que o fez um dos ícones da cidade.

Inaugurado em outubro de 1947 por Assis Chateaubriand, o Museu de Arte de São Paulo (Masp) é fruto de uma aventura de duas pessoas com visão revolucionária para sua época e apoiadas por um grupo de amigos.
Fundador e proprietário dos Diários e Emissoras Associados, juntamente com o professor Pietro Maria Bardi, jornalista e crítico de arte na Itália recém chegado ao Brasil, Chateubriand criou a coleção mais importante do hemisfério Sul.
O projeto que vinha sendo cultivado há décadas obteve muito sucesso após inaugurado, arrecadando os fundos necessários à aquisição de obras de arte para formar o acervo do museu.
Lina Bo Bardi, arquiteta modernista italiana e esposa do professor Bardi, concebeu arquitetonicamente o prédio atual do Masp. O terreno da Avenida Paulista havia sido doado à municipalidade com a condição de que a vista para o centro da cidade, bem como para a Serra da Cantareira, fosse preservada. Assim, ela idealizou um edifício sustentado por quatro pilares, com um vão livre de 74 metros, permitindo, assim, aos que passam pelo local descortinar o centro da cidade.

Index:

acesse: www.6bilhoesdeoutros.org e participe respondendo às 40 perguntas do projeto

Confira a programação de 6 bilhões de Outros no canal Futura

1. Yann Arthus-Bertrand

“Tudo começou com uma pane de helicóptero no Mali. À espera do piloto, passei o dia conversando com um aldeão. Ele falou sobre sua vida cotidiana, suas esperanças, seus medos: sua única preocupação era alimentar seus filhos. Eu estava ali para fotografar paisagens… mas fui cativado pelo seu rosto, pelas suas palavras.
Vista de cima, a Terra parece uma superfície enorme que pode ser compartilhada. Mas logo que se pisa “em terra firme” nos confrontamos com a rigidez das administrações de cada país e com a realidade que as fronteiras impõem aos homens – símbolo da dificuldade de vivermos juntos. Hoje, a única ação possível é ir em direção ao Outro. Entendê-lo. De agora em diante, não podemos ignorar o que nos une e as responsabilidades que nos impõem. Somos mais de 6 bilhões na Terra! E não há desenvolvimento sustentável se não conseguirmos viver juntos. Esta é a razão pela qual eu acredito no projeto 6 bilhões de Outros, e ele me é tão caro. Ele emociona cada um de nós e nos encoraja a agir.”

Yann Arthus-Bertrand, ecologista e fotógrafo, é conhecido por suas fotos aéreas. A exposição e o livro A Terra vista do Céu são um sucesso internacional.
Seu filme Home, um longa-metragem sobre o estado do planeta e sobre os desafios para protegê-lo, foi visto por mais de 400 milhões de pessoas em mais de 100 países. Durante as suas viagens o fotógrafo observou o quanto nosso planeta está ameaçado. Por esta razão ele criou a Fundação GoodPlanet cujo objetivo é conscientizar o maior número de pessoas sobre as questões ecológicas.

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2. Somos São Paulo

Convidados pela Performas e pela Fundação GoodPlanet para realizar um filme em São Paulo para integrar o projeto 6 bilhões de Outros, os diretores Kika Nicolela e Lucas Bambozzi decidiram abordar um dos aspectos mais desafiadores dessa metrópole: a questão da mobilidade humana, ou seja, da imigração e da migração.

São Paulo, a maior cidade do hemisfério sul, possui uma longa história de integração, assimilação e miscigenação de diversas etnias e culturas. A influência desses povos pode ser facilmente constatada pela riqueza de diversidade na composição do tecido social paulistano.

Em termos globais, a intolerância, o preconceito e a exclusão têm dificultado o respeito às diferenças e o diálogo entre os povos. Espera-se de São Paulo um potencial distintivo, de emergir então como exemplo de uma cidade plural que abriga todas as culturas e raças.

Mas será que esse processo de miscigenação se deu sem ambiguidades ou contradições, isento de racismo ou conflitos? Quais foram os desafios enfrentados por esses povos na sua integração na sociedade? E quanto à imigração mais recente, principalmente daqueles vindos da Bolívia e de países africanos, ou ao fluxo migratório proveniente de outros estados do Brasil? Será que não existe também rejeição e exploração na relação com esses (i)migrantes? Por outro lado, a própria diversidade da cultura, música, comida, arte, costumes, religiões, sotaques e traços físicos dos paulistanos não seria prova significativa da harmonia da convivência dos povos que vieram de outros países e estados?

O filme visita essas questões por meio de entrevistas com mais de 50 participantes entre migrantes, imigrantes e filhos de imigrantes, que compartilharam suas histórias e experiências. Pessoas de várias etnias que vieram para São Paulo pelos mais diversos motivos – deixando para trás sua família, amigos, cultura, bens materiais e tudo que lhes era familiar – e que hoje são todas paulistanas.

OS DIRETORES

Kika Nicolela é cineasta e curadora independente. Sua obra se baseia no encontro com o outro com a mediação da câmera, geralmente envolvendo métodos participativos no processo de criação e abordando questões como a construção da identidade e comunicação. Graduada em Cinema e Vídeo pela ECA/USP em 2000, Kika Nicolela já participou de aproximadamente 100 exposições individuais e coletivas no Brasil, Canadá, Espanha, Alemanha, EUA, Inglaterra, França, Portugal, Áustria, Finlândia, Polônia, Coréia do Sul, Eslovênia, Suécia e Ucrânia, com vídeo-projeções, instalações e fotografias. Seus vídeos foram exibidos e premiados em festivais em mais de 40 países. Foi ganhadora do Prêmio Mostras de Artistas no Exterior da Fundação Bienal e Ministério da Cultura, Apoio à Produção de Artes Visuais da Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo, do Programa de Difusão e Intercâmbio Cultural do Ministério da Cultura, do Programa de Exibições do Centro Cultural São Paulo e do Incentivo à Produção da Semana de Artes do Recife. Foi artista residente no Gyeonggi Creation Center (Coréia do Sul), Künstlerdorf Schöppingen Foundation (Alemanha), Sumu AIR (Finlândia), Rondo Studio (Áustria) e Casa das Caldeiras (Brasil); em 2011 também participará dos programas de residência Objectifs (Singapura) e Route Fabrik (Suiça). Kika Nicolela é representada pela galeria paulistana DConcept e pela Vtape, distribuidora baseada em Toronto. kikanicolela.multiply.com

Lucas Bambozzi é artista ‘multimídia’, documentarista e faz pesquisas curatoriais em mídias digitais. Trabalha em vários meios e suportes tendo construído um corpo consistente de obras em video, filme, instalações site-specific, intervenções em mídia, videos musicais e projetos interativos. Seus trabalhos vem sendo frequentemente premiados e exibidos em festivais e mostras em mais de 40 países. Conduziu atividades pioneiras ligadas a arte na Internet no Brasil entre 1995 e 1999 na Casa das Rosas. Foi curador e coordenador de eventos como Sónar SP [2004], Life Goes Mobile [Nokia Trends 2004 e 2005], Motomix [2006], Container Art [2008] e Lugar Dissonante [2009]. É criador e coordenador do arte.mov Festival Internacional de Arte em Mídias Móveis que acontece em 5 capitais do país. Foi artista residente no CAiiA-STAR Centre/i-DAT [Planetary Collegium] e concluiu seu MPhil na Universidade de Plymouth, Inglaterra. Dedica-se à exploração crítica de novos formatos de mídia independente, tendo participado ativamente da emergência de coletivos de intervenção em mídias e performances de live-vídeo com os grupos Cobaia e FAQ/feitoamãos. São uma constante em seus trabalhos recentes as questões relacionadas ao conceito de espaço informacional e as particularidades de uma arte produzida a partir das mobilidades e imobilidades do contexto urbano. lucasbambozzi.net

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OUTROS VÍDEOS

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3. Parceiros

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